segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Transferência de última hora

O Blog Mística do Dragão pagou a cláusula de rescisão e os e-mails transferiram-se para lá.

O primeiro já está publicado: http://misticadodragao.blogspot.pt/2015/02/exmos.html

Prometo que não houve comissões envolvidas neste negócio milionário.

Até já, no blog ao lado.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Maldita Matemática

Exmos. Senhores,

Cumpre-me realçar e elogiar o justo destaque dado à vitória do Sporting sobre o Schalke 04 na vossa capa de hoje. Não é todos os dias que se alcança o feito absolutamente histórico e notável que o Sporting conseguiu, que foi derrotar a décima equipa em jogos para a Liga dos Campeões. Luís Filipe Vieira dizia que o Benfica ia ser maior que o Real Madrid, mas foi o Sporting a conseguir, pelo menos, equiparar-se ao colosso madrileno: enquanto o Real Madrid conquistou 10 taças, o Sporting derrotou dez adversários diferentes. Mais, o Sporting voltou a vencer na principal prova de clubes da Europa seis anos depois. Fabuloso.

O que eu não posso elogiar, mas também não posso deixar de realçar é a frase constante da vossa capa e que aqui reproduzo: "Há 20 anos que uma equipa portuguesa não marcava 4 golos a um adversário alemão". E tenho de a destacar porque esta frase está revestida de falsidade. É falso que nenhuma equipa portuguesa tenha marcado quatro golos a um adversário alemão. É mentira, uma vez que no dia 17 de outubro de 2006, o Futebol Clube do Porto, maior potencia futebolística portuguesa, com ou sem Taças Latinas, derrotou, no Estádio do Dragão, o Hamburger SV por 4-1, com um bis de Lisandro Lopez, e um golo de Lucho Gonzalez e Helder Postiga. Ora, se a minha matemática está certa, de 2006 para 2014, passaram-se apenas oito anos, e não vinte.

Não consigo compreender o que levou a este esquecimento, mas tenho algumas suspeitas. Ou é simples esquecimento, ou para os senhores, Portugal termina nas portagens de Alverca, ou preferem ignorar os feitos do Futebol Clube do Porto, ou então perceberam que quem marcou o golo alemão, nesse desafio, foi Trochowski, que na época passada actuava no... Sevilha.

Independentemente do que tiver sido, é mais um erro crasso de um diário da Cofina. Depois pretendem ser bem tratados pelos diversos agentes. Se querem ser respeitados, respeitem. Não inventem e sejam imparciais.

Com os melhores cumprimentos,
João Ferreira

sábado, 26 de julho de 2014

Um vintém é um vintém

Exmos. Senhores,

Quando cheguei a casa, vindo de uma belíssima festa de homenagem ao melhor jogador que vi jogar no nosso campeonato, Deco, fui confrontado, na página online do Record, com o seguinte relato do último golo do desafio entre o Porto de 2004 e o Barcelona de 2006, apontado precisamente, pelo Mágico:

90' - Goooolooooo do FC Porto! 4-4! Deco faz o empate com Baía a fazer uma "perninha", não se fazendo à bola para que o Mágico recebesse uma última ovação.

Ora, antes de mais, quando alguém dá uma ajuda, dá uma mãozinha e não uma perninha. Convém escrever em português correcto e não meter os pés pelas mãos. Depois, importa perceber a parvoíce que aí está escrita. Tivesse Baía tentado defender a bola, ou não, o remate foi indefensável. Um golaço. Mas, mesmo que tivesse dado uma mãozinha, perninha, cabecinha ou outra qualquer parte do corpo, escrever uma coisa destas é uma vergonha. Um ultraje demonstrativo das faltas de classe, de nível e de vergonha que grassam no vosso jornal desde que este é gerido com Manha. Num jogo a brincar, para homenagear um craque, que tanto deu ao Porto e a Portugal, escrever uma barbaridade destas mostra um espírito pequenino, onde impera a inveja. Sejamos sinceros, nunca nos tempos mais recentes houve, nos clubes da capital um jogador deste calibre. Nunca houve, sequer, um atleta digno de tamanha homenagem. E nunca, jamais, em tempo algum, Benfica e Sporting foram capazes de homenagear alguém desta forma.

E é isto que vos dói. O Futebol Clube do Porto conseguiu reunir em campo, um ex-dirigente do Sporting, vários jogadores que foram mal-amados neste clube. Jogadores que saíram a mal do clube. Jogadores adeptos dos clubes rivais. Mas todos eles, todos, voltaram a jogar com aquele belíssimo equipamento, com aquele símbolo ao peito. O que vos dói é que o Futebol Clube do Porto é mesmo um clube especial e um clube diferente. E dói tanto, que nem justos e isentos conseguem ser. E estamos a falar de um jogo de homenagem. Imagine-se se fosse a sério.

Mas, citando Manuel Machado, um vintém é um vintém e um cretino é um cretino. E, acrescento eu, o Record é inqualificável.

Quero acreditar que quem escreveu aquelas infelizes linhas estava pouco iluminado. Vítor Baía deveria ter dado, então, um rabinho, que é onde o sol não brilha.

Com os melhores cumprimentos,

João Ferreira

quinta-feira, 27 de março de 2014

Basta!

Exmos. Srs.,

No dia 25 de Março de 2014 foi emitida, no canal de televisão SIC, uma reportagem sobre aquele que é considerado o melhor árbitro português, não só da actualidade, mas de sempre, Pedro Proença, o único árbitro português a dirigir uma final de uma prova de selecções.

Obviamente que, sendo esta reportagem a primeira do género em Portugal, se compreende que seja notícia nos restantes órgãos de comunicação social nacionais, principalmente aqueles que versam sobre o desporto em geral e o futebol em particular, como é o caso do vosso jornal. Assim, não estranhei minimamente terem destacado o acontecimento na vossa página online. O que eu não compreendo é o destaque que os senhores optaram por dar, escrevendo como título da notícia "O meu erro terá marcado o título nacional", relatando uma confissão de Pedro Proença sobre o famoso golo de Maicon ao Benfica, em fora-de-jogo.

Não desejando eu imiscuir-me nos vossos critérios editoriais, parece-me que este destaque roça, de forma bastante intensa, a tacanhez e a pobreza de espírito. Numa reportagem onde ficamos a saber a forma altamente profissional como Pedro Proença se prepara para os jogos, o estudo aprofundado que efectua de todos os atletas que participam nos jogos por si dirigidos, o que o árbitro passou quando foi violentamente agredido e, até, a forma curiosa como Proença se dirige aos atletas, o vosso jornal optou por ir buscar uma história antiga, morta e enterrada. Este destaque desvirtua totalmente aquilo que foi a reportagem da SIC, que teria servido para mostrar o bom trabalho que, pelo menos alguns árbitros vão fazendo em Portugal, não fosse a mesquinhez que pautou esta notícia.

Uma reportagem que poderia ter servido para pacificar o futebol português e para credibilizar uma classe tantas e tantas vezes criticada, foi usada pelo órgão de comunicação social que os senhores dirigem como arma de arremesso para incendiar, ainda mais os ânimos. Enquanto os Pedros Proença deste país trabalham arduamente, lutam contra a má fama da classe e mais uma panóplia de adversidades, são vítimas de pressões que roçam a coacção e são ameaçados, o jornal Record opta por contribuir para o agravar destas adversidades.

Sim, porque não são só os dirigentes e os comentadores que provocam o clima de guerrilha permanente no futebol português. Os órgãos de comunicação social, com as notícias encomendadas, o facciosismo exacerbado e a desonestidade com que escrevem algumas notícias, influenciando as opiniões de leitores quando deveriam ser absolutamente isentos, uma vez que é isso que dizem ser, também contribuem para as permanentes confusões que marcam o nosso futebol. E portanto, com notícias como estas o Record torna-se, automaticamente, co-responsável pelas agressões, ameaças e actos de vandalismo que os árbitros têm sofrido.

Com os melhores cumprimentos,

João Ferreira

segunda-feira, 17 de março de 2014

Vamos todos para o Marquês!

Exmos. Srs.

Envio-vos este e-mail para vos dar conta da minha incredulidade e da minha repulsa pela vossa capa dia hoje, de 17 de março de 2013.

Na vossa manchete, dedicada à vitória do Sporting sobre o Futebol Clube do Porto, não se lê qualquer referência ao colossal erro da equipa de arbitragem que deixou passar um fora-de-jogo descarado no lance do golo de Slimani e muito menos existe qualquer menção ao penalty cometido por Cedric Soares, e não assinalado pelo árbitro, Pedro Proença, por falta sobre Jackson quando este estava prestes a marcar que conduziria também à expulsão do atleta sportinguista, ainda antes do intervalo.

Este facto não me chocaria e eu seria o primeiro a aplaudi-lo, uma vez que creio que se deva dar destaque ao futebol jogado e não aos árbitros. Errar é humano e erros acontecem e fazem parte da vida. Convenhamos que, se todos os erros merecessem uma punição dura, o site do vosso jornal, à quantidade de "gralhas" que comete, já estaria fechado há muito tempo. Todavia, o que me revolta é a incoerência com que elaboram o vosso jornal. Como já escrevi, se isto fosse prática habitual em ABola, eu ficaria muito satisfeito. Sucede que não é. Há inúmeras provas que o demonstram, e que também demonstram que a importância dada aos erros de arbitragem varia consoante estes beneficiam e ou prejudicam o Porto. Vejamos, quando o Porto venceu o Benfica por 3-2 para o campeonato, com o golo da vitória a ser marcado por Maicon em fora-de-jogo, a vossa manchete no dia seguinte foi, precisamente, "Fora de jogo", escamoteando o penalty cometido por Oscar Cardozo nesse mesmo jogo. Quando Pedro Proença, esta temporada, assinalou erradamente um penalty que deu a vitória ao Porto na recepção ao Vitória de Guimarães, a vossa capa foi "Também tu, Pedro?!", sublinhada com um "Porto vence com erro de arbitragem". Quando o Benfica foi supostamente prejudicado num jogo em Braga, constava na vossa manchete que o Porto não precisava daquela arbitragem para ser campeão. Na capa de hoje, não se vê qualquer miserável referência á arbitragem. Nada de nada.

ABola insiste em manter uma máscara de imparcialidade que usa, recorrentemente para, manipular os seus leitores. Nada me move contra que determinado órgão de comunicação social se declare a favor do que quer que seja, seja um clube, um partido político ou uma religião, desde que se assuma. Igualmente, e embora isso revele uma certa tacanhez de espírito, nada me move contra que o mesmo órgão se declare contra o que quer que seja. O que me repugna é a falta de coragem, ou de vontade, de assumir determinada orientação. Enojam-me as agendas escondidas, as entrevistas encomendadas, os relatos de pseudo-agressões cujos agredidos ficam com menos marcas do que os palhaços no circo quando fingem que foram violentamente esbofeteados. E, pelo menos, esses palhaços são profissionais dignos.

Imagino eu que, ontem, ao elaborar o jornal, o discernimento não fosse grande. Ontem o anti-Porto saiu-se vencedor e, como tal, aí na vossa redacção, dada a festa, não deveria ser só a Travessa a estar Queimada. Escusam é de reservar já o Marquês. Apesar dos muitos terramotos que os senhores, de má fé, nos provocam, o Futebol Clube do Porto reergue-se num ápice e, muito mais forte.

Com os melhores cumprimentos,
João Ferreira

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O limite da decência


Exmo. sr. Vítor Serpa,

no seu editorial de hoje, 12 de novembro de 2013, o senhor lança um feroz ataque a todos aqueles que gastam parte do seu tempo, por passatempo, a escrever sobre futebol nesse imenso mundo que é a internet, seja nas redes sociais, em blogs ou nas mais diversas páginas. Apelida de lixo tudo aquilo que é escrito, acusa os autores de brejeirice e até ordinarice e, tenta, a todo o custo descredibilizar tudo o que de bom é feito, por adeptos dos mais variados clubes, que gastam horas do seu limitado tempo a discutir e a debater os seus clubes, por gozo e por paixão.

É evidente que o senhor tem alguma razão. De facto, há determinados locais online onde, é notório, que grassa a falta de nível, o insulto gratuíto e a parvoíce. O que me espanta é o sr. Vítor Serpa surgir, de peito aberto, a criticar essa situação quando, a página online do jornal que dirige ser, um dos favoritos ao campeonato da ordinarice, nomeadamente nos espaços de comentários às notícias. Curiosamente, não vejo qualquer acção sua, ou da publicação que dirige, em tentar resolver esse assunto. Nesses comentários, os insultos e os comentários indecorosos sucedem-se a maior velocidade que os cartões vermelhos mostrados ao Marcos Rojo. Mais, com que moral pode o sr., que é director de ABola, vir criticar as faltas de conteúdo e de nível de outrém, quando, no seu jornal, permitiu semanas a fio de uma discussão inócua e infantil entre Miguel Sousa Tavares e dois Gatos Fedorentos e insultos, esses sim, de altíssimo nível na escala da ordinarice, escritos por Leonor Pinhão sobre as progenitoras dos nortenhos? E qual é o conteúdo das contantes manchetes plenas de falsidades e incorrecções? Qual é o conteúdo da "notícia" que "informava" que o Futebol Clube do Porto ia ser eliminado administrativamente da Taça da Liga?

Mas não é isso que o move, pois não, sr. Vítor Serpa? A causa deste reles e víl ataque é, para além do medo que a crescente popularidade que a internet tem conquistado, o facto de, online, haver muita gente atenta aos seus malabarismos jornalísticos. Na internet, as tentativas de propaganda barata que o seu jornal insiste em fazer, com as taças latinas, os seis milhões e os campeonatos da pré-época são imediatamente denunciados. Os ataques rasteiros, as entrevistas encomendadas, a troca da supostamente sagrada e inviolável ética jornalista por favores ao Benfica e o esquecimento a que o campeão nacional é vetado têm resposta pronta na internet. E os endeusamentos a dirigentes, treinadores e atletas de determinado clube, as manchetes com falsas agressões a dirigentes e as constantes tentativas de manipulação da opinião pública são, regra geral, contrariadas pelos mesmos indivíduos a quem o senhor apelida de brejeiros, ordinários e produtores de ruído e lixo.

É isto que o motiva, sr. Vítor Serpa. O senhor tem medo de ser, definitivamente, desmascarado. Já percebeu que já há muita gente, incluindo alguns benfiquistas iluminados, que já não seguem o rebanho e conseguem pensar pela sua própria cabeça e já não engolem as patranhas que ABola lhes oferece.

Entretanto, nós, os brejeiros e ordinários, não nos cansaremos, nas nossas redes sociais, nos nossos blogs e nos nossos fóruns, de denunciar todas as barbaridades com que ABola e os demais órgãos de comunicação social insistem em nos presentear. Com uma grande vantagem, nós, os brejeiros e ordinários temos a espinha dorsal bem direita, fruto de termos a liberdade de escrevermos aquilo que pensamos, aquilo em que acreditámos, sem esperar nada em troca. E garanto-lhe, sr. Vítor Serpa, é uma sensação única. Havia de experimentar.

Com os mais brejeiros e ordinários cumprimentos,
João Ferreira

PS: Se o sr. Vítor Serpa tem tanto a dizer sobre o que se escreve na Internet, porque motivo nunca respondeu a nenhum dos e-mails que eu, gentilmente, enviei para ABola?

Nota: a imagem constante deste post foi-me gentilmente cedida pelo Miguel, autor do blog Tomo II

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Três pedradas no charco



Exmos. srs,

Ao ler a vossa capa de hoje, constatei que, o vosso jornal, mais uma vez e ao melhor estilo da Taça Latina, adulterou a verdade dos factos. É verdade que os adeptos do Sporting levaram com três pedradas em cheio no ego, uma do Josué, uma fortíssima do Danilo, que deixou mossas profundas e uma outra, atirada de cabeça, com pouca força e em queda, pelo Lucho, mas que levou intensidade suficiente para deixar o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, sem fala e de lágrima no canto do olho. Estas pedradas também aparentam ter atingido violentamente a redacção do vosso jornal, que tanta publicidade tem feito ao sétimo classificado do último campeonato, ao ponto de o considerar mais importante do que jogos de equipas portuguesas na Liga dos Campeões.

O que eu não consigo conceber, é como o Record se esqueceu de referir todas as outras pedradas que ocorreram antes do jogo, no tempo em que os sportinguistas ainda achavam o Maurício um bom central e acreditavam que tinham uma grande equipa. Algumas horas antes do jogo, ocorreu uma largada de touros - sim, um bando de animais todos de preto, pode ser comparado a uma manada de touros, não pode? - pela Alameda do Dragão abaixo. Nessa largada, adeptos do Sporting, e não Super Dragões, como ontem foi referido na CMTV, o que me leva a acreditar que a coerência não abunda na Cofina, arremessaram pedras e garrafas a simpatizantes do Futebol Clube do Porto, agrediram quem não teve tempo de se esquivar, arrasaram bancas de venda de cachecóis, pertença de pessoas humildes e honestas a tentarem garantir o seu ganha-pão e, ainda, tentaram invadir o estádio do Dragão, embora eu compreenda o desespero de poder assistir a um jogo num estádio que não aparenta ser um gigantesto e piroso quarto-de-banho. Na sequência destes incidentes, houve resposta de alguns adeptos afectos ao Futebol Clube do Porto, nos mesmos moldes.

O Record, mais uma vez, fez tábua rasa da verdade, efabulando, o que até tem o seu nexo, dados os touros, mais um capítulo da obra de ficção com que as publicações da Cofina insistem em presentear os seus leitores, ignorando e desculpabilizando os responsáveis por esta confusão, quer materiais, a manada de touros, quer morais, o presidente do Sporting que tem tentado, nas últimas semanas, incendiar os ânimos, chegando ao ponto de insultar o próprio pai, sempre com a cumplicidade do vosso jornal, que lhe dá todo o destaque possível, e que só não é maior porque o jornal não é impresso em formato A1. Note-se também que o principal destaque do jornal não é dado ao líder do campeonato, mas sim aos humildes segundo e terceiro da prova. Mas a isso já estamos mais que habituados. O que fica para a história são as três monumentais pedradas no charco, que fizeram um monte de lagartos, (lá vem a fábula outra vez), e alguns escritores de jornais inchar que nem sapos.

Mas, não pensem que eu critico apenas por criticar. Aliás, queria deixar-vos um conselho. Agasalhem-se, que -5 é muito, muito frio.

Com os melhores cumprimentos,

João Ferreira

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Critérios editoriais, o regresso

Exmos. srs,

Ao assistir, na noite de ontem, naquilo a que se pode chamar um acto de masoquismo, ao programa "Dia Seguinte", da Sic Notícias, observei uma completa inversão dos critérios editoriais que, ao longo destes anos, pautaram o dito programa. Como se sabe, o Dia Seguinte é um programa onde dois comentadores, um afecto ao Futebol Clube do Porto e outro ao Sporting Clube de Portugal, tentam discutir, sem o conseguirem, futebol com um vice-presidente do Benfica, enquanto este é constantemente bajulado pelo moderador do dito programa. É também, perfeitamente sabido que, no Dia Seguinte, o Sport Lisboa e Benfica tem toda a prioridade. Para além de ter no painel de comentadores um vice-presidente do clube, o programa já foi invadido pelo presidente dessa mesma instituição, entre outros episódios.

Consciente de toda esta informação, aguardava eu com relativa expectativa, o comentário às inenarráveis figuras protagonizadas pelo indivíduo que se diz inventor de uma ciência, Jorge Jesus, que, como se deverão recordar, agrediu repetidas vezes e à vista de todos, sem túneis nem câmaras viradas para o lado à mistura, um agente da autoridade que tentava imobilizar um adepto do Benfica que tinha invadido, ilegalmente, o relvado. Mas não foi nada disso que sucedeu. De facto, numa radical, e permitam-me a ousadia, pontual, alteração dos critérios editoriais que pautam o programa, o Dia Seguinte de ontem foi, quase na totalidade, dedicado ao Futebol Clube do Porto e, mais propriamente a uma pretensa agressão a um adepto do Benfica e, possivelmente, já lá irei, militante do PNR, disfarçado de presidente da Associação de Futebol de Lisboa, Nuno Lobo, perpetrada pelo vice-presidente do Futebol Clube do Porto, Adelino Caldeira, agressão essa já desmentida por testemunhas presentes no local, entre elas o próprio presidente da SAD do Estoril.

Qualquer pessoa minimanente informada, já entendeu que esta dita violenta e bárbara agressão, foi tão grave como a que Rui Gomes da Silva sofreu no Porto. Não deixou marcas, ninguém viu nada, embora houvesse dezenas de indivíduos nas proximidades e, até ver, não houve qualquer queixa na polícia. Todavia, o Dia Seguinte, optou por dar máximo destaque a esta situação, entrevistando Nuno Lobo, em directo, dando crédito a alguém que nem sequer foi capaz de dizer se foi agredido com um soco uma palmada, e perdendo-se em análises sobre, absoluta e indubitavelmente, nada. Na entrevista, curiosamente, não se notava qualquer marca vísivel da suposta brutal agressão. Nuno Lobo, mais conhecido pelo seu benfiquismo, pelas mensagens de teor racista para com atletas de clubes adversários e de desrespeito para com instituições afiliadas da associação a que preside, resolveu inventar uma suposta agressão, para desviar as atenções, quer das agressões, essas sim, reais e vistas por toda a gente, de Jorge Jesus, quer das tristes arbitragens do fim-de-semana. Recorde-se que Nuno Lobo afirmou não se ter levantado aquando do golo do Estoril, tendo sido nessa altura que terá levado a dita palmada, que o projectou de encontro ao muro de protecção do camarote. Resumindo, uma pessoa como Adelino Caldeira, terá tido força para, com uma palmada nas costas, projectar um indivíduo que estava sentado de encontro a um muro.

Em conclusão, o Dia Seguinte, seguiu a vontade do clube que tem um vice-presidente a participar no programa e usou uma mentira para esconder os factos que ocorreram em Guimarães e, que de facto interessava debater. Muhammad Saeed al-Sahhaf, o famoso ex-ministro da propaganda de Saddam Hussein, deve sentir-se orgulhoso, esteja onde estiver.

Com os melhores cumprimentos,
João Ferreira

domingo, 11 de agosto de 2013

Record do Mundo do Descaramento

Exmos senhores,

quando João Querido Manha foi nomeado como director do Record, assustei-me. Assustei-me porque, por um lado, o Record perdeu um director com umas capacidades intelectuais acima da média, que lhe permitiram, e cito, "vibrar intensamente" com uma vitória do Benfica, quando tinha 4 anos, e porque, por outro lado, o novo director, nunca conseguiu manter a isenção quando de futebol se tratava. De facto, João Querido Manha nunca disfarçou o seu benfiquismo. Este era latente nos comentários que fazia na TVI e nas abjectas crónicas a chorar por causa dos árbitros, no próprio Record. Ainda assim, resolvi dar o benefício da dúvida.

No entanto, hoje, dia 11 de Agosto de 2013, não posso deixar passar em claro a aziada capa do vosso jornal. Todos sabemos o quanto vos custa escrever sobre os sucessos do Futebol Clube do Porto. Todos sabemos, ainda melhor, o quanto dói ao vosso director ter que dizer bem do Futebol Clube do Porto. O que não se admite é que a conquista de uma prova oficial, organizada pela FPF e reconhecida, ao contrário de outras, pela FIFA, seja remetida a um miserável cantinho da capa, dando mais destaque a um reforço de um clube do meio da tabela do futebol nacional, que nem às competições europeias vai. Mas, mais escandaloso ainda, é até o jogo de apresentação do Futebol Clube do Porto ter tido mais destaque do que a Supertaça, uma vez que, nessa altura, o Record conseguiu descortinar uma pretensa agressão do atleta Kelvin. Provavelmente tiveram 92 bons motivos para tal. O descaramento bateu um novo Record mundial. O vosso jornal tem, agora, muita Manha

Com os melhores cumprimentos,
João Ferreira

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Palha para Burros

Exmos srs.

Ao consultar as capas dos diversos jornais do dia, chamou-me a atenção, embora não me surpreenda, a vossa manchete. Nela, surge a fotografia do treinador do Benfica, Jorge Jesus, o mesmo que os senhores despediram na semana passada, mas que entretanto renovou contrato, ao lado do título - oh, a ironia - "Campeão vale 1 milhão de euros". O vosso jornal, conseguiu, fruto de mais um assinalável contorcionismo, associar o derrotado, ajoelhado e insultado treinador do Benfica à palavra "campeão". É notável, como depois de derrota atrás de derrota, desilusão atrás de desilusão, o jornal ABola consegue sempre encontrar forma de levantar o ego aos benfiquistas. Neste caso, ABola serviu como guindaste para reerguer Jesus, que foi vergado no Dragão e crucificado por não ter ajudado ao crescimento do PIB.

Nada que admire os mais atentos. ABola, mais uma vez, começa a já tradicional campanha de pré-temporada, que visa enfeitiçar os destroçados e incautos benfiquistas, enchendo-lhes a alma de uma esperança tradicionalmente oca e vã, levando-os a acreditar que o glorioso Benfica está de volta e que vai voltar a ganhar tudo, que o Jorge Jesus é mesmo o melhor treinador do Mundo, que Luís Filipe Vieira consegue fazer um discurso pela sua própria cabeça e que o Eusébio vai ser o melhor marcador do campeonato,. A máquina de propaganda benfiquista, que tem no vosso jornal o mais fiel seguidor já começa a carburar para arrastar uma considerável mole humana rumo a mais uns meses de euforia desmedida. Durante este período, a Eusébio Cup e o Torneio do Guadiana serão considerados, com a vossa preciosa ajuda, competições ao nível da Champions League e o Melgarejo será apelidado de novo Roberto Carlos.

A manchete de hoje é demonstrativa de como a máquina de propaganda vermelha continua perfeitamente oleada e a funcionar na perfeição. Entre os vários tentáculos deste polvo, contam-se os comentadores que são ao mesmo tempo dirigentes e continuamente elogiados pelos moderadores, as imagens "seleccionadas" na BenficaTV e, também, o vosso jornal. Neste país, continua a dar-se palha para burros. E os burros comem-na sofregamente, sem se lembrarem que a dita palha é, por norma, muito indigesta e provoca azia a rodos. Enfim, esperemos que a procura de Gaviscon e Kompensan ajude o PIB a crescer.

Com os melhores cumprimentos,
João Ferreira